Um fato inusitado aconteceu no último final de semana. Três mulheres foram presas devido a suspeita de estarem furtando roupas em lojas. Elas estavam com um carro abarrotado de roupas novas, com etiqueta e tudo. Foram presas pela BM em Dois Irmãos, que as levou para a DP, mas acabaram sendo soltas.

Estava evidenciado que elas praticavam aquele velho golpe de entrar na loja vestindo pouca roupa e sair de lá “estufadas” com tanta roupa por baixo das suas. Chegavam no carro, tiravam as roupas novas e iam novamente em outras lojas praticar o mesmo golpe. Mas qual não foi a surpresa quando nenhum comerciante foi até a DP reconhecer as roupas furtadas de suas lojas! E, se não tem vítimas, não tem delito!

Quem está errado? Com certeza a polícia é que não! Aliás, está de parabéns porque mais uma vez botou a mão em quem cometeu delito. Os comerciantes estão errados? Logicamente que sim, pois ao não dar queixa à polícia, eles mesmos soltaram as algemas das supostas ladras. Mas há algo a mais: a nossa Lei é que é a pior de todas e favorece a atitudes deste tipo. Infelizmente nosso código penal foi quem soltou estas mulheres.

Comerciante nenhum quis ir na DP para depois não ter que perder tempo no Fórum por “causa de meia dúzia de casacos”. Por outro lado, todo mundo sabe que, se as três realmente eram ladras, voltarão a cometer o delito, afinal, roubam hoje e escapam, amanhã voltam a roubar e, mesmo que sejam presas, assinam meia dúzia de papéis e são postas em liberdade. E isso que nenhum comerciante quer: ficar marcado por assaltantes.

Já tivemos casos na região onde donos de relojoarias reconheceram os assaltantes, que inclusive usaram armas no assalto. Depois de presos, logo os malandros estavam em liberdade, deixando os comerciantes com medo de futuros assaltos. Se os comerciantes soubessem que os ladrões realmente ficam na cadeia, ninguém se oporia a atirar a primeira pedra.

Em relação a educação, estradas, escolas, saneamento, investimento nas pessoas, prestação de serviço, enfim, nossos municípios são exemplos. Temos sim vários problemas, afinal, a questão pública nem sempre é fácil de administrar. No entanto, apesar de tanta coisa boa, sempre há o que melhorar e por isso toda a sociedade tem que estar vigiando para criticar, elogiar e também apontar o caminho com sugestões.

Nossa região não conta com escolas com cursos profissionalizantes. Faltou visão para nossos gestores e também para nossa oposição, que deixaram o assunto passar batido. Se o Município não queria ou não podia instalar um ensino médio profissionalizante, deveria ter se esforçado e viabilizar a instalação de cursos através da iniciativa privada.

Na maioria dos casos, o adolescente é obrigado a cursar um ensino médio que, com o perdão da palavra, não leva a nada. Só depois de formado, então, parte para cursos profissionalizantes ou faculdades, que são intermináveis. Na verdade, o adolescente adia por três anos para entrar na profissão que ambiciona.

À propósito: É verdade que hoje temos desemprego, crise e muitas portas se fecharam. Mas é verdade também que falta mão de obra especializada. No ramo de computação, principalmente, você não encontra profissional que esteja livre para trabalhos de ‘free lance’ e outros. É uma pena que nossos administradores dormiram no ponto. Mas antes tarde do que nunca!

A pergunta que não quer calar: o que é urgente para você?
A pergunta que está na boca do povo: se olharmos em nossos municípios, nas últimas quatro ou cinco eleições, vamos perceber que os candidatos são praticamente os mesmos, porque será?
A mensagem positiva do dia: “Deus nos concede a cada dia uma página de vida nova. Cabe a nós escrevermos nela a nossa história de vida. Faça você a sua história e que ela possa conter os mais belos capítulos ou então se tornar em um drama ou uma tragédia”.
(segunda, 09/07/07)