Recorde das loterias + Deus por 10% de dízimo

A arrecadação com loterias bateu recorde no 1º semestre. As loterias federais tiveram a sua maior arrecadação da história, pois de janeiro a julho deste ano, foram arrecadados R$ 2,44 bilhões. O valor é 16% maior que o arrecadado no mesmo período de 2006 e 75% maior que o do ano de 2002.

Isso mostra que o brasileiro está cada vez mais se apegando aos jogos e às igrejas. No primeiro caso, isso mostra que o povo quer, do dia pra noite, sair da pobreza e virar milionário. É triste isso, mas demonstra que grande parte do brasileiro quer chegar até o fim da escada, sem subir degrau por degrau. Ou será que muitos apostam em jogos apenas pelo prazer de apostar?

Por outro lado, a igreja está virando um verdadeiro comércio. De modo geral, como tudo na vida, parece que o dinheiro está presente cada vez mais nas igrejas. Não estamos falando nas oferendas ou vendas de rifas que são o motivo de algumas capelas se manterem em pé. O que não pode continuar é esta “venda de Deus” como está acontecendo ultimamente!

Do dia para a noite surgem novas igrejas e religiões. Você liga a TV, o rádio, abre os jornais, enfim, em todo canto tem anúncios de igrejas “selecionando” fiéis, como se fosse um classificado de jornal onde uma ou outra empresa oferece emprego. Será que isso é um respingo da modernidade?

Mas oferecer Deus em troca de 10% do salário é coerente? E porque apenas os menos favorecidos são o alvo principal? Será que Deus é tão ‘dinheirista’ assim que você aumenta seu dízimo e ganha promoção na empresa ou, milagrosamente, fazendo uma oferta à igreja ou seita você pega um carro do ano ou ganha uma herança?

Volta à agenda política a discussão sobre a reforma tributária. O ex-governador Germano Rigotto, escolhido por Lula para conduzir o debate sobre o assunto, acredita que desta vez emplaca o IVA (Imposto sobre Valor Agregado) federal, unificando PIS, Cofins, IPI e Cide, e também o IVV (Imposto sobre Vendas a Varejo) estadual, integrando o atual ISS (Imposto sobre Serviços), que é municipal, e o ICMS (estadual).
Há quem diga que esta mudança seria o fim dos impostos em cascata. Seria a “salvação da lavoura” se isso ocorresse. Mas será que, pelo menos uma vez na vida, os políticos estariam votando a favor do povo?

Ledo engano, pois dependendo da forma como esta mudança ocorrer, os Municípios e o comércio varejista vão perder muito, porque o IVV roubará receita das Prefeituras e complicará a vida os varejistas. Se bem que isso já seria esperado, afinal a corda sempre arrebenta do lado mais fraco!

Há quem diga que pórticos nas entradas das cidades é coisa do passado. Alguns comentam que não está mais na moda construir pórticos, pois depois de prontos eles serão sempre os mesmos. No entanto, muitas cidades até hoje são marcadas pelos seus pórticos, como é o caso de Gramado. Pelo sim pelo não, as prefeituras de Nova Petrópolis e de Ivoti estão projetando a construção de pórticos, que ainda são e com certeza sempre serão um marco para a cidade.

O problema das filas é uma pouca vergonha. Você precisa enfrentar fila para pagar conta em alguma loja? Precisa enfrentar fila para abastecer o carro? Precisa enfrentar fila para ser atendido na fruteira da esquina ou para fazer compras no armazém do bairro? Felizmente, parece que filas ainda existem somente em serviço público! Sem contar a burocracia, ou melhor, a grande “burrocracia” que existe!

A pergunta que não quer calar: Se Rigotto é o protegido de Lula na questão da reforma tributária, onde estão as divergências entre petistas e o PMDB?

A pergunta que está na boca do povo: com tanto lucro nos jogos, será que é por isso que o governo não admite o ‘jogo do bicho’?

A mensagem positiva do dia: “Eu tenho um longo caminho a ser percorrido, assim como você também tem. Cada caminho é diferente um do outro, então, por favor, aceite-se como você é e aceite-me como sou! Porque eu sou só eu, apenas eu. Não há ninguém igualzinho a mim no mundo. E como aprendemos nossas lições pelo caminho, cada um aprenderá a sua lição, pois nem todos os caminhos são iguais e nem as lição são as mesmas”.
(quinta, 12/07/07)