Saúde é uma máquina de votos

Falar de saúde pública no nosso país nem sempre é fácil, mas apesar de tudo ainda temos que “tirar o chapéu” para alguns bons exemplos que vem da maioria dos nossos municípios da região. Tudo bem que no posto de saúde o atendimento é rápido e alguns reclamam da falta de sorriso das atendentes ou das condições estruturais, mas temos ainda mais motivos para elogiar do que para criticar.

Nossos municípios investem muito mais do que os 15% que é de obrigatoriedade deles para melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos. Tudo bem que, em alguns casos, poderia se melhorar muito mais, fazendo acertos em pequenos detalhes. Mas a saúde começa a perder a sua qualidade quando tem pessoas que são candidatas a cargos políticos futuros ou são indicadas pelas alianças políticas que ajudarem o prefeito a chegar ao poder.

Saúde precisa de profissionais, salvo raríssimas exceções. O cidadão pode até estar no cargo devido a política, não há mal algum, mas para se manter nele, precisa demonstrar muita competência. Alguns exemplos temos na região disso. Por outro lado, a saúde, todos sabem, pode eleger um prefeito ou vereador, mas pode derrotar se não houver um cuidado especial.

Recebemos um comentário no blog mauridandel.blogspot.com sobre o assunto. Diz o leitor que ter saúde com qualidade é ter um bom ambiente de trabalho, bons profissionais e não os chamados "tapa furo", ou seja, cargos políticos de gente que ganha uma “teta” porque ajudou na campanha. Aqui na região, em sua grande maioria, temos ainda aparelhos em bom funcionamento, referências boas nos casos mais complexos, para que o paciente não necessite mentir seu endereço para obter atendimento.

À propósito: Mas o que se vê, muitas vezes, é algo estranho, talvez excesso de zelo com relação a saúde. Muitos carros a Porto Alegre, por exemplo, com pacientes até para arrumar uma unha. Segundo o leitor, oferecer o serviço, indiscriminadamente, pensando no voto que este paciente irá dar, é um custo muito alto para os demais cidadãos que sustentam o sistema e, muitas vezes, não usam. Talvez por isso, os municípios chegam a beirar mais que 20% do orçamento para fazer, muitas vezes "paternalismo político",

A pergunta que não quer calar: porque alguns municípios, literalmente, fazem concorrência com empresas de ônibus, mandando veículos quase que de hora em hora para Porto Alegre?

A pergunta que está na boca do povo: está arrependido de ter rezado tanto para chover?

A mensagem positiva do dia: “É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver”.
(terça, 04/03/08)