Ir para congresso é desculpa de político para viajar com dinheiro do povo

Ontem abordamos o assunto dos congressos e algumas pessoas entraram em contato para dar sua opinião. Na real, devemos confessar que já estamos cansados de bater na mesma tecla e falar de viagens, diárias, congressos. Mas como sempre tem alguém querendo viajar às custas do povo, não custa ficarmos martelando.

Aliás, devemos parabenizar a Câmara de Vereadores de Santa Maria do Herval que barrou a viagem dos mesmos dois vereadores que já foram inúmeras vezes a congressos em São Carlos, onde um deles, “por coincidência”, tem familiares morando.

Mas voltando ao assunto ainda uma vez, algo que nos chama a atenção é o ponto de vista de uma leitora, quase formada em Direito, e de um morador de Estância Velha, que se identificou dizendo que já “estava calejado de tanto pagar a conta das viagens dos vereadores de Estância pra tudo quanto é canto deste país”. Os dois tem o mesmo ponto de vista de que estes congressos não dão resultado algum, ou seja, ninguém aprende nada. Ou, se os congressos ensinam bem, quem não aprende e não põe em prática são nossos políticos.

Até hoje temos poucas notícias dos resultados práticos quanto ao aproveitamento dos ditos seminários feitos por vereadores ou alguns funcionários do Executivo. Quem duvida disso, que explique porque a gente nunca vê vereador fazendo parte dos conselhos municipais, das comissões e outras funções públicas. Tampouco vemos vereadores cumprindo seu dever de fiscalizar as contas, as obras, a receita, a despesa, as nomeações de concursados, dos cargos de confiança e das FGs pagas pelo prefeito.

Aliás, tem vereador que não se faz presente nem nas audiências públicas que o Executivo é obrigado a fazer na Câmara para apresentação dos relatórios de receitas e despesas. Já vimos vários exemplos de audiências e reuniões importantes onde não está nenhum vereador presente. E depois vêm os mesmos vereadores dizerem que o povo não se interessa pela política.

À propósito: permitir que se "qualifiquem" aqueles que só estarão no serviço público por quatro anos, não algo que merece nossa desconfiança e reprovação? Quem dirá os que “fazem curso” no último ano de mandato, pois poderá perder o cargo no final do ano.

A pergunta que está na boca do povo: E este ano é 2008, ano eleitoral, portanto, quem fizer curso pode estar jogando dinheiro fora ou embolsando diária, pois quem prova que esta pessoa que está “se aperfeiçoando” com o nosso dinheiro vai estar trabalhando ainda no ano que vem na função pública?

A pergunta que não quer calar: porque os políticos não pensam em mudar este tipo de Lei?

Já que o pessoal gostou, continuamos com uma frase bíblica do I Coríntios: “E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso valeria a pena”.

A mensagem positiva do dia: “Não desistam quando ainda são capazes de um esforço a mais. Nada termina até que o momento em que se deixa de tentar”.
(quinta, 13/03/08)