Se tomar um copo de chope vai pra cadeia com assaltante de banco e traficante?

Esta história de criar lei sobre o trânsito tem que ter cuidado. Primeiro inventaram a história de proibir a venda de bebida alcoólica nas laterais das BRs. Agora esta Lei foi pro espaço e veio a tolerância zero com a bebida alcoólica no trânsito.

Ora, nem todo motorista é bêbado ou bandido para ser preso e ver o sol nascer quadrado. O que esperamos é que esta Lei não seja mais uma forma de cobrar multas e encher os cofres dos governos. Alguma coisa precisa ser feita para acabar com a carnificina do trânsito, mas tratar qualquer motorista como bandido, enquanto traficantes agem em plena luz do dia e ninguém faz nada, é o fim da picada.

Daqui a pouco vão criar uma Lei proibindo a realização de todos os bailes e festas porque isso pode gerar briga ou bebedeira. Ora, isso seria o fim da picada, afinal, o que teria que fazer é acabar com os chamados “baile fura bucho” ou “risca-faca”, mas manter os bailes e eventos onde não ocorrem problemas, afinal, salões, danceterias e sociedades são locais saudáveis de diversão.

Por enquanto podemos dizer que a campanha política ainda não começou. Não tem jingle de campanha nas ruas, não tem santinhos, comitês e nem comícios. Pelo visto, os candidatos estão engraxando o taco pra vir com tudo para a disputa. Mas tem que ter cuidado senão vão acabar ficando mais engraxados que telefone de açougueiro!

A pergunta que está na boca do povo: um motorista que tomou dois copos de chope, se for pra cadeia, vai dividir a sela com assaltante de banco, estuprador, golpista, traficante e bandidos da pior espécie?

A mensagem positiva do dia: “Durante a era glacial, muitos animais morreram de frio. Os porcos-espinhos perceberam a situação e resolveram se juntar em grupos. Mas os espinhos de cada um, que poderiam fornecer mais calor, acabaram fazendo com que um machucasse os outros e, por isso, tornaram a se afastar. Mas longe um do outro, perceberam que iriam morre congelados e, por isso, acabaram se juntando de novo, mesmo que os espinhos machucassem, o mais importante era o calor que vinha do companheiro do lado. A grande lição desta história é que os porcos espinhos precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da face da Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante”.

“Assim como eles tiveram que aprender na marra, nós, seres humanos, precisamos ter a consciência de que as pequenas feridas que uma relação muito próxima pode causar não tem a menor importância, já que o mais importante é o calor um do outro. Você tem, então, duas opções: não aceite os espinhos e defeitos dos seus amigos, se afaste deles e morra com o coração congelado, ou então, aceite os defeitos dos outros, que eles vão aceitar os seus, vivendo momentos mais felizes do que tristes. Até porque, se tiveres ferimento dos espinhos de um amigo, você terá outros amigos para ajudar a cuidar destes ferimentos”.
(quinta, 16/07/08)