Gastos desnecessários dos deputados

Estamos quase em março e continuam chegando em nossas caixas de correspondências, as mensagens de Feliz Natal e Ano Novo de alguns deputados. Já deixamos aqui, de público, um recado que nem mandem mais isso pra gente e usem esta grana para doar as campanhas de solidariedade.

Além de estas correspondências chegarem atrasadas, as mensagens não têm nem cabimento. Difícil um eleitor valorizar isso, mas são enviadas porque é o povo que paga a conta, pois eles têm verba para isso.

Mas há algo muito pior do que isso, pois tem gente que está falecida há vários anos e continua recebendo as cartinhas de Boas Festas, o que mostra que os que trabalham para os deputados só despacham a mensagem e não estão nem aí pra quem vai recebê-las.

Algo em comum na maioria das mensagens dos deputados é que todos usam a palavra “solidariedade”. Eles conseguem ser tão “solidários” entre si que uns escondem atitudes dos outros. Por exemplo: a provável-futura-ex CPI dos Cartões Corporativos.

Todos vão se unir para enterrar esta CPI antes mesmo de nascer, senão iria sobrar pra todo mundo. Aliás, aqui no Rio Grande, onde se prega a quatro ventos que os políticos são todos santinhos e diferentes dos corruptos de Brasília, já foi feito acordo entre vários partidos pra enterrar a CPI dos Pedágios.

Ora, senhores deputados, discurso não enche barriga. A sugestão é cortar esta verba de divulgação que os políticos têm, porque isso é o fim da picada. Se um deputado quer mandar mensagem para um eleitor seu, que pague do seu salário, que não é baixo!

Falando em discurso, é importante frisar de novo que discurso não enche barriga. Tem vereador que vai na Câmara, fala 30 segundos de uma obra e depois, quando ela sai, o “bonito” sai alarmando que foi ele que a conseguiu. Senhor vereador, esta é pra você: discurso não enche barriga. Quer ser o pai da criança, ou o pai de alguma obra? Então batalhe por ela, faça por merecer!

Por que as festas municipais na região continuam sendo organizadas pelas Prefeituras, em vez de serem criadas comissões organizadoras, formadas por pessoas que não tenham vínculo político?

À propósito: você sabe quem foi o primeiro presidente do Brasil? Não? Mas como você sabe de cor quem foi o primeiro a ganhar o BBB?

A pergunta que não quer calar: porque muitos valorizam tanto o futuro e não vivem o presente? O ano mal começou e já tem gente se programando para viagens, férias e investimentos no final de 2008...

A pergunta que está na boca do povo: será que em Novo Hamburgo vão conseguir baixar o salário dos políticos como quer o vereador do Psol, Ralf Cardoso?

Encerrando com uma mensagem: “Na luta conhece-se o soldado; só na vitória se conhece o cavalheiro (ou homem de bem)”, de Jacinto Benavente.
(terça, 19/02/08)