Estado corta gastos onde não deve

O Governo do Estado está com a proposição de cortar gastos para ajeitar as finanças do Rio Grande. No entanto, a medida de “enturmação” nas escolas estaduais não é a coisa mais correta a se fazer no momento. Faltando pouco mais de dois meses para o fim do ano letivo, porque fazer mudanças que vão complicar as coisas dentro da sala de aula?

Sempre fomos e sempre seremos a favor de direitos iguais para todos. Além disso, todo ser humano deve ser favorável ao fim da farra com dinheiro público. Se o Rio Grande está quebrado, é preciso cortar gastos. Mas não fazendo isso! O Estado vem na escola, faltando dois meses para o fim das aulas, e “dilui” uma turma em outras cinco, como aconteceu em uma escola de Dois Irmãos. A economia com a diminuição de uma turma será de apenas R$ 600,00, ou seja, uma miséria se comparado ao desperdício público estadual!

Além de “espremer” alunos nas salas, a referida “enturmação” acaba com o vínculo entre estudantes, muda professores e muda colegas de classe. Sem contar que uns alunos vão ser transferidos para outras turmas que estão com a matéria adiantada ou terão que “estudar de novo” o que já estudaram em outra turma. Porque não fazem esta “enturmação” no início do ano que vem? Estudantes não são cobaias!

Nossas cidades sempre foram calmas e sem ocorrências policiais. No passado recente, o máximo que acontecia eram pequenos furtos e roubos, muito raramente acontecendo um assassinato. Mas as coisas estão mudando e estamos nos tornando pátio de vilas violentas da região metropolitana. Comenta-se sobre guarda municipal e câmeras de vídeo, mas os anos passam e tudo fica na conversa. Conversa para boi dormir!

Antes de tudo, temos efetivo defasado nas polícias e nem delegacia temos. Estamos piores do que há 30 anos atrás, quando toda cidade tinha DP 24 horas e um delegado que fazia sua Lei. Precisamos de câmeras de vídeo para inibir o crime, mas antes disso precisamos de delegacia, não só para plantão de registro de ocorrências à noite ou em finais de semana, mas também para botar no xilindró quem aprontar.

À propósito: você sabia que o brasileiro trabalha mais de 100 dias por ano para pagar imposto e quase 200 dias para pagar dívidas com coisas que deveriam ser obrigação do Estado, como saúde, previdência privada, educação, segurança...

A pergunta que não quer calar: o que é pior, o inverno com tempo seco ou este clima de primavera com chuva sem cessar?

A pergunta que está na boca do povo: que tal o salário de mais de R$ 5 mil mensais para o ascensorista – “motorista de elevador” – de um poder público?

Para iniciar bem a semana, a mensagem positiva do dia: “O mundo seria perfeito se toda noite fosse sábado, se toda manhã fosse domingo, se todo fim de semana fosse festa, se toda cidade fosse praia, se todo mar fosse onda, se toda estação fosse verão, se todo amigo fosse irmão, se todo namoro fosse fiel, se toda música nos fizesse refletir, se todo céu tivesse estrela, se todo feriado fosse carnaval, e se todas as pessoas encontrassem amigos em todos os olhares!”
(segunda, 24/09/07)