“Nos gastos, o Brasil já surge no mesmo nível das nações
ricas, mas a qualidade do ensino não acompanhou o custo”
Na última década o Brasil foi o vice-campeão em aumento de
gastos com a Educação, só perdendo para a Rússia. O percentual de gastos com
Educação, em relação ao PIB brasileiro, subiu de 3,5% em 2000 para 5,5% em
2009, embora se questione que ainda é pouco e que é preciso investir 10% do PIB
na Educação. Mas pouco adianta colocar mais dinheiro em um sistema inoperante,
pois antes de tudo, é preciso reformá-lo.
Apesar de ter investido 57% a mais em uma década, o sistema educacional
do nosso País continua entre os últimos e nossa posição no ranking Pisa – a
Bíblia estatística da Educação no mundo – onde caímos da 32ª posição para o 53º
lugar entre 65 países em 2009. Reconhece-se que o Brasil fez um esforço
grandioso na década para melhorar a Educação, mas só gastar mais não é o
caminho. Na conta que considera apenas os gastos, o Brasil já surge no mesmo
nível das nações mais ricas, mas a qualidade do ensino não acompanhou o custo
financeiro e o Brasil continua no patamar de sempre e até em pior
situação.
Isso mostra que não adianta a sociedade cobrar um investimento de 10% do
PIB na Educação. Nenhum país do mundo investe este percentual, apenas a
Islândia chega a 8%. Países de ponta no sistema de ensino, como Japão, Suécia e
Coréia do Sul não chegam a 6% do seu PIB. Está comprovado que não se baliza a
Educação pelo gasto ou investimento, então, não será apenas aumentando o
salário dos professores que vamos ter uma Educação melhor.
A reforma na Educação é mais uma que o governo precisa fazer. E, para
isso, antes de tudo e de qualquer coisa, é preciso atrair gente talentosa para
a carreira de professor. Antes de tudo, é preciso voltar no tempo onde um
professor ganhava tanto quanto – inclusive em status – um gerente do Banco do
Brasil. É preciso dar um norte a nossa Educação, oferecer horizontes mais belos
aos educadores e aí, sim, investir na Educação com qualidade.
Nos países que deram grandes altos em progresso, a Educação sempre teve
em destaque. Ainda há tempo do Brasil correr atrás do prejuízo, mas não podemos
demorar muito, afinal, os EUA fizeram esta revolução na década de 30, o Japão
no pós-guerra (anos 50), a Coréia do Sul na década de 70 e a China está fazendo
agora. Vamos esperar até quando para que o Brasil realmente seja o País da
Educação?
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