O voto distrital é a solução, porque assim, todas as regiões teriam igualdade de representação nos Poderes Legislativos. Do jeito que está, só têm representantes as classes dominantes
Nós, aqui do Sul, do garrão do Brasil, temos mania de criticar políticos, principalmente os que estão longe, lá pra cima, de Brasília para cima. Mas está na hora de colocar o dedo na moleira e analisar se político bandido e ladrão são apenas estes de lá ou se por aqui, no Rio Grande, também temos problemas com corrupção na política.
A gente não cansa de criticar os políticos, mas sempre tem que diz que se os políticos estão lá em Brasília, alguns fazendo maracutais e outros se envolvendo em escândalos, é porque o povo os colocou lá. Mas será que o povo e o voto de qualquer “joão-ninguém” pesa tanto em uma eleição? Ou será que os culpados pela escolha dos políticos são os grandes meios de comunicação formadores de opinião e o grande empresariado que despeja rios de dinheiro para eleger sempre os mesmos!?
Concordamos plenamente que os políticos que estão lá em cima só estão lá porque o povo votou neles. Eles representam uma parcela do povo que os colocou lá. Mas convém citar que, em parte, é o empresariado que os coloca lá para representar os seus interesses. Assim temos deputados que só defendem o calçado, outros só defendem os arrozeiros, uns defendem a “Indústria da Seca do Nordeste”, uns só defendem os latifundiários do Mato Grosso e assim por diante.
Infelizmente, no Brasil, os deputados são eleitos para representar classes. Temos deputados representando sapateiros, empresários, aposentados, funcionários públicos ou sem representar ninguém, apenas fazendo de conta que representam. Mas porque só algumas classes tem representantes?
O nosso sistema eleitoral tinha que sofrer mudanças e os deputados deveriam ser eleitos por regiões. Desta forma, todas as regiões teriam seu representante na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal. A nossa região da Encosta da Serra iria eleger, por exemplo, dois ou três deputados federais e quatro ou cinco estaduais. Assim, nós teríamos mais representantes e o melhor, com poder de decisão, pois não estariam sozinhos.
Tanto se fala ainda na crise calçadista, aliás, fazem três anos que só se fala nisso em algumas rodas de conversa. Muitas empresas que fecham as portas acabam despejando o motivo como sendo a crise, no entanto, em muitas delas ocorrem outros problemas que levam-nas a fechar as portas, seja problema familiar ou de administração. Tem gente chorando, mas tem gente faturando alto com o calçado. E isso é importante que se diga.
À propósito: em uma rua de certa cidade da nossa região aconteceu um fato curioso estes dias. Enquanto em um bar, no final da tarde, a choradeira era pela quebradeira das fábricas e os desempregados que teríamos, a realidade era outra, bastou atravessar a rua, pois o papo era outro, dos que estavam ganhando dinheiro com calçado e comprando chácaras, trocando de carro e outras coisas boas. Assim é, uns choram e outros vendem lenços!
A mensagem positiva do dia é profunda e vale a pena entendê-la: "É possível mudar nossas vidas e a atitude daqueles que nos cercam simplesmente mudando a nós mesmos", de Rudolf Dreikurs.
(terça, 20/05/08)
Nenhum comentário:
Postar um comentário